Entenda de uma vez por todas o que é colorimetria e saiba como atingir resultados incomparáveis na coloração das suas clientes!
Essencial para alcançar resultados perfeitos na coloração, a colorimetria capilar ainda é um conceito pouco familiar até mesmo para profissionais de beleza. Estima-se que 87% deles, ainda que lidem diariamente com mudanças de cor nos fios, sabem pouco ou nada sobre esse assunto.
Pensando em mudar esse panorama, criamos esse post. Aqui você vai entender de uma vez por todas o que é colorimetria capilar e qual a importância de entender bem esse conceito ao preparar o fundo de cor que vai receber a tintura. Boa leitura!
A colorimetria capilar nada mais é do que uma ciência que se dedica ao estudo das cores das modificações que podem ser realizadas por meio de procedimentos químicos ou outros agentes.
Estudar ao menos o básico sobre colorimetria é fundamental para qualquer profissional de beleza que tem como objetivo atingir a coloração correta nos fios de suas clientes, oferecendo resultados satisfatórios e seguros.
O estudo da colorimetria capilar possibilita que o profissional entenda quais são os tipos de cores, como elas se comportam em relação às outras e possa dominar três conceitos básicos para uma boa coloração:
Altura de tom
Reflexos
Fundo de clareamento
A altura de tom é um conceito que diz quão claro ou escuro o cabelo está no momento, independentemente de ser natural ou obtido via colorações anteriores.
Esses tons estão organizados em uma escala e são representados nas colorações pelo número que pode ser observado antes do ponto. Em uma tintura de número 6.1, por exemplo, o 6 é o número que representa o louro escuro na altura do tom dos fios. Veja a escala completa:
1.0 - Preto
2.0 - Castanho muito escuro
3.0 - Castanho escuro
4.0 - Castanho
5.0 - Castanho claro
6.0 - Louro escuro
7.0 - Louro
8.0 - Louro claro
9.0 - Louro muito claro
10.0 - Louro claríssimo
11.0 - Louro super claríssimo
12.0 - Louro extra claro
Já os reflexos são representados pelas nuances que são combinadas com a cor base e que costumam ficar mais visíveis na luz do sol. Nas colorações, os reflexos são representados pelo número que pode ser observado depois do ponto, conforme a escala abaixo:
0 - Indica a ausência de nuances e reflexos
1 - Acinzentado ou azul
2 - Irisado ou violeta
3 - Dourado
4 - Acobreado
5 - Acajú
6 - Vermelho
7 - Marrom ou chocolate
8 - Verde ou mate
Dessa maneira, uma coloração 5.3, por exemplo, corresponde a altura de tom castanho claro com reflexos dourados.
O fundo de clareamento ou cor de fundo diz respeito a altura de tom que o cabelo vai atingir quando exposto ao clareamento. Em outras palavras, são os pigmentos de fundo, que aparecem quando o fio é despigmentado.
A cor de fundo influencia diretamente no tom que a cliente deseja alcançar ao pintar o cabelo. Isso porque quando exposto ao clareamento, dependendo da altura de tom, os fios apresentam comportamentos diferentes, conforme a tabela de fundo de clareamento abaixo:
1.0 - preto |
vermelho |
2.0 - castanho muito escuro |
vermelho |
3.0 - castanho escuro |
vermelho |
4.0 - castanho |
vermelho |
5.0 - castanho claro |
vermelho alaranjado |
6.0 - louro escuro |
alaranjado |
7.0 - louro |
alaranjado amarelo |
8.0 - louro claro |
amarelo |
9.0 - louro muito claro |
amarelo claro |
10.0 - louro claríssimo |
amarelo muito claro |
11.0 - louro super claríssimo |
amarelo muito claro |
12.0 - louro extra claro |
amarelo muito claro |
Com essas informações em mente, o profissional de beleza poderá fazer um diagnóstico correto dos fios e entender qual o caminho mais adequado para alcançar o resultado que a cliente está buscando.
Exemplificando:
Se a ideia é deixar os fios na altura de tom 8.0, que corresponde ao louro claro, o fundo de cor precisa ser amarelo, sem qualquer resíduo de laranja.
Você já se perguntou por que algumas cores de cabelo combinam perfeitamente, enquanto outras parecem destoar completamente? A resposta para isso está na teoria das cores, um conceito fundamental dentro da colorimetria capilar.
Para os profissionais que trabalham com coloração, entender essa ciência ajuda a criar tons harmoniosos, corrigir cores indesejadas e proporcionar resultados impecáveis.
O círculo cromático é uma ferramenta visual que organiza as cores de forma lógica, mostrando como elas se relacionam entre si.
Dentro da colorimetria capilar, o mais utilizado é a Estrela de Oswald, uma adaptação do círculo que classifica as cores primárias, secundárias e terciárias, além de destacar as combinações que criam harmonia e as que neutralizam reflexos indesejados.
A Estrela de Oswald segue um princípio simples:
Cores primárias: amarelo, azul e vermelho. São cores puras e não podem ser obtidas através da mistura de outras.
Cores secundárias: laranja, verde e violeta. São formadas pela mistura de duas cores primárias (exemplo: azul + amarelo = verde).
Cores complementares: são aquelas que ficam em lados opostos na estrela e têm o poder de se neutralizar. Por exemplo, o violeta neutraliza o amarelo, o azul neutraliza o laranja e o verde neutraliza o vermelho.
Isso explica por que shampoos matizadores roxos são usados para neutralizar tons amarelados, ou por que um cabelo ruivo pode precisar de correção com pigmentos verdes caso fique muito avermelhado.
Quando um cabelo é descolorido, ele não fica imediatamente loiro platinado. O que acontece é um processo chamado fundo de clareamento, no qual os pigmentos naturais do fio são removidos em camadas. Esse fundo segue a lógica do círculo cromático:
Cabelos escuros tendem a abrir para tons avermelhados no início da descoloração.
Conforme o clareamento avança, o cabelo passa pelo laranja e depois pelo amarelo.
Para chegar a tons loiros claríssimos, é preciso atingir um fundo amarelo-palha ou amarelo-claro.
Aqui, mais uma vez, a teoria das cores é fundamental: para neutralizar os tons indesejados, o cabeleireiro usa a cor complementar. Se os fios ficarem muito alaranjados, entra um matizador azul; se ficarem amarelados, um matizador violeta resolve o problema.
Outro ponto essencial da colorimetria capilar é entender como as cores interagem entre si para criar novas tonalidades. A mistura de cores primárias resulta nas secundárias e, combinando-as, podemos formar tons personalizados. Veja alguns exemplos práticos:
Azul + vermelho = violeta
Amarelo + vermelho = laranja
Azul + amarelo = verde
Ou seja, isso significa que, ao misturar um loiro dourado (amarelo) com um acaju (vermelho), obtemos um tom mais quente e próximo do cobre. Já a combinação de um castanho escuro com reflexos acinzentados (azul) com um loiro dourado (amarelo) pode criar um tom esverdeado indesejado — por isso é sempre importante entender como os pigmentos se combinam.
Além de neutralizar cores indesejadas, o uso da teoria das cores também pode intensificar os reflexos desejados. Se o objetivo é um loiro mais quente, por exemplo, o cabeleireiro pode reforçar os pigmentos dourados e acobreados. Se a ideia é um loiro frio, entram em cena nuances acinzentadas e peroladas.
Com esse conhecimento, qualquer profissional ou entusiasta da coloração consegue prever o resultado final antes mesmo de aplicar a tintura, garantindo que a cor fique exatamente como esperado.
Escolher a cor de cabelo ideal não é apenas uma questão de gosto pessoal — é também sobre harmonia com o tom de pele. Saber identificar se a pele tem um subtom quente, frio ou neutro faz toda a diferença na hora de selecionar uma coloração que valorize os traços e realce a beleza natural.
O subtom da pele não é definido pela cor superficial, mas sim pelo reflexo que aparece sob a luz natural. Para descobrir se sua pele é quente, fria ou neutra, existem três testes práticos:
Teste das veias: observe a cor das veias no pulso sob a luz natural.
Se forem azuladas ou arroxeadas, seu subtom é frio.
Se forem esverdeadas, seu subtom é quente.
Se houver uma mistura de tons azulados e esverdeados, seu subtom é neutro.
Teste do ouro e prata: experimente acessórios dourados e prateados e veja qual realça melhor sua pele.
O dourado valoriza peles de subtom quente.
O prateado favorece peles de subtom frio.
Se ambos ficam bem, seu subtom é neutro.
Teste do branco e bege: aproxime tecidos brancos e bege do rosto e veja qual combina mais.
O branco puro destaca peles de subtom frio.
O bege ou off-white harmoniza melhor com peles de subtom quente.
Se ambos funcionam bem, o subtom pode ser neutro.
Agora que já sabemos como identificar o subtom da pele, fica mais fácil escolher a coloração ideal.
Peles frias combinam com tons mais fechados e acinzentados, evitando cores muito quentes e alaranjadas, que podem contrastar demais com o rosto.
Cores recomendadas:
Loiros: platinado, perolado, bege, acinzentado
Castanhos: marrom frio, chocolate amargo, castanho acinzentado
Vermelhos: borgonha, marsala, ameixa
Pretos: preto azulado, preto intenso
Evitar: loiros dourados, cobres e marrons quentes, pois podem criar um contraste excessivo.
Peles de subtom quente pedem colorações mais vibrantes e quentes, que realçam o tom dourado ou bronzeado da pele.
Cores recomendadas:
Loiros: dourado, mel, caramelo, cobre suave
Castanhos: castanho dourado, chocolate quente, mogno
Vermelhos: acobreado, ruivo natural, vermelho queimado
Pretos: preto natural, preto amarronzado
Evitar: loiros acinzentados, pretos muito intensos ou tons frios que possam apagar a luminosidade da pele.
Peles neutras são bastante versáteis e combinam tanto com cores frias quanto quentes, o que abre um leque maior de possibilidades.
Cores recomendadas:
Loiros: bege, nude, areia, dourado suave
Castanhos: marrom avelã, chocolate médio, castanho natural
Vermelhos: cobre médio, vinho, marsala
Pretos: preto natural, castanho escuro
Evitar: cores extremas, como platinados muito frios ou vermelhos muito vibrantes, que podem contrastar demais com a pele.
Antes de realizar qualquer coloração definitiva, fazer um teste de mecha é essencial para verificar:
Se a cor escolhida realmente combina com a pele e não cria um contraste indesejado.
Como o cabelo reage à química, evitando surpresas desagradáveis.
Possíveis alergias ou sensibilidades ao produto.
Para realizar o teste:
Separe uma mecha pequena de cabelo, preferencialmente na parte de trás da cabeça.
Aplique a coloração conforme indicado na embalagem.
Aguarde o tempo recomendado e lave.
Observe o resultado sob a luz natural.
Esse pequeno cuidado pode evitar arrependimentos e garantir que o tom escolhido seja exatamente o que você imaginava.
Mudar a cor dos cabelos pode ser um processo empolgante, mas também pode trazer alguns desafios. Para garantir um resultado impecável, é fundamental conhecer os erros mais comuns na coloração e saber como evitá-los.
Muitas pessoas acreditam que seus cabelos ficarão exatamente da cor exibida na caixinha da tintura, mas isso nem sempre acontece. O resultado final depende do tom base do cabelo, do fundo de clareamento e até mesmo da porosidade dos fios.
Como evitar:
Consulte sempre a tabela de nuances no verso da embalagem, que mostra o possível resultado dependendo do tom atual do cabelo.
Se possível, procure um profissional para orientação.
Aplicar a coloração em todo o cabelo sem antes testar pode ser um grande erro. Cada cabelo reage de maneira diferente aos produtos, e sem o teste, há o risco de obter um tom indesejado ou até causar danos aos fios.
Como evitar:
Separe uma mecha discreta e aplique a mistura, aguardando o tempo recomendado para verificar o resultado.
Caso o cabelo esteja danificado, considere um tratamento antes de prosseguir com a coloração.
Nem todas as cores valorizam igualmente todos os tipos de pele. Algumas podem deixar o rosto apagado ou criar um contraste exagerado.
Como evitar:
Identifique se sua pele tem um subtom quente, frio ou neutro antes de escolher a coloração.
Utilize a tabela de harmonização de cores para encontrar os tons que mais favorecem seu tom de pele.
Óleos, cremes e sprays podem impedir a penetração uniforme da coloração, resultando em manchas ou falta de fixação.
Como evitar:
O ideal é aplicar a tintura nos cabelos secos e sem resíduos pesados de produtos.
Evite lavar os cabelos imediatamente antes da coloração, pois o couro cabeludo precisa de sua oleosidade natural para minimizar a agressão química.
Deixar a tintura agir por mais ou menos tempo do que o indicado pode comprometer o resultado. Se o tempo for insuficiente, a cor pode não fixar bem; se for excessivo, pode danificar os fios.
Como evitar:
Siga rigorosamente o tempo recomendado pelo fabricante.
Utilize um cronômetro para garantir a precisão no tempo de ação.
A volumagem da água oxigenada influencia diretamente no resultado da coloração e na saúde do cabelo. Usar a volumagem errada pode resultar em um tom indesejado ou em danos aos fios.
Como evitar:
10 volumes: ideal para escurecer os fios ou tonalizar sem grandes alterações.
20 volumes: indicado para cobertura de fios brancos e leve clareamento.
30 volumes: recomendado para clarear até três tons.
40 volumes: utilizado para descoloração intensa, mas pode ser agressivo.
A cor desejada nem sempre é alcançada apenas com coloração. Para tons loiros muito claros, pode ser necessário um processo de descoloração antes de aplicar a nova cor.
Como evitar:
Se o cabelo for escuro e a intenção for um loiro claro, será necessário passar pelo processo de descoloração antes da tintura.
Use a estrela de Oswald para escolher corretamente os matizadores e evitar reflexos indesejados.
Após tingir os fios, é essencial seguir uma rotina de cuidados para evitar desbotamento e ressecamento. Muitos ignoram esse passo e acabam perdendo a cor rapidamente.
Como evitar:
Utilize shampoos e condicionadores específicos para cabelos coloridos.
Evite lavagens muito frequentes com água quente, pois isso acelera o desbotamento.
Faça hidratações semanais para manter os fios saudáveis.
Se você trabalha com coloração ou simplesmente gosta de mudar o visual, entender colorimetria capilar é um diferencial. Mais do que escolher uma cor bonita, esse conhecimento permite personalizar resultados, evitar surpresas desagradáveis e garantir que a cor fique exatamente como esperado.
A cor do cabelo pode realçar a beleza natural ou, se mal escolhida, criar um contraste que apaga a expressão do rosto. Saber como funciona a relação entre tom de pele e nuances de cabelo permite escolher cores que valorizam o cliente e combinam com sua identidade.
Exemplo:
Uma pessoa com pele quente tende a ficar mais harmoniosa com tons dourados e acobreados.
Já quem tem pele fria se destaca com loiros acinzentados, castanhos frios e vermelhos fechados.
Muitos erros de coloração acontecem porque não se leva em conta a base natural do cabelo, o fundo de clareamento ou a cor anterior presente nos fios. A colorimetria permite prever o que vai acontecer quando um tom for aplicado sobre outro e entender como neutralizar reflexos indesejados.
Exemplo prático:
Aplicar um loiro acinzentado sobre um cabelo alaranjado pode resultar em um tom esverdeado.
Para neutralizar o laranja, o correto seria usar um tom com pigmento azul.
Ao compreender essas reações, é possível planejar melhor o processo e evitar arrependimentos.
A coloração é um processo químico, e sem os cuidados certos, os fios podem ficar ressecados, frágeis ou até elásticos. Quando se entende a estrutura capilar e a química por trás da coloração, é possível minimizar os impactos do processo.
Algumas boas práticas incluem:
Usar a volumagem correta da água oxigenada para evitar ressecamento excessivo.
Respeitar o tempo de pausa indicado na embalagem para não comprometer a estrutura dos fios.
Fazer testes de mecha antes de procedimentos mais agressivos, como descoloração.
Mesmo quem tem experiência pode acabar com um tom indesejado no cabelo, seja por um erro na escolha da coloração, desbotamento ou outros fatores. A colorimetria permite corrigir cores sem precisar escurecer totalmente os fios ou passar por processos agressivos.
Exemplo:
Se um cabelo loiro ficou muito amarelado, o uso de um matizador violeta ajuda a corrigir o tom.
Se um ruivo desbotou para um tom acobreado indesejado, reforçar pigmentos vermelhos pode restaurar a cor vibrante.
Além disso, saber como manter a cor evita que o cliente precise refazer a coloração com tanta frequência, ajudando na saúde dos fios a longo prazo.
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Como você pode ver, entender mais sobre colorimetria capilar e cor de fundo possibilita que o profissional tome as ações mais acertadas para cada cliente e atinja os resultados esperados com a coloração.
Gostou de entender o que é colorimetria e sua importância na hora de colorir os cabelos? Então que tal aprender agora como escolher o loiro platinado mais adequado para cada tom de pele?